Agulhas – Alexandria, parte 2: Namíbia
8 minutos
Dia 10, km 4243, Katima Mulilo, Namíbia (26/05/2015)
A Namíbia é um país de superlativos. A natureza é singular, os espaços são infinitos, as experiências são impactantes. Em 10 dias, rodamos quase 4.000 km, metade disso em perfeitas estradas de asfalto e a outra metade em estradas de terra, oscilando entre ótimas e infernais.
Perdemos dois pneus, visitamos o majestoso Fish River Canyon, segundo maior do mundo, as incríveis dunas de Sossusvlei, as pitorescas cidades costeiras de Walvis Bay e Swakopmund, as silenciosas montanhas de Damaraland, o árido Etosha, um dos grandes parques de safari da África e as remotas regiões de Kavango e Zambezi, margeando as fronteiras com Angola, Botswana e Zâmbia.
Deixamos a Namíbia com saudade e a certeza de um país com um futuro promissor, cada vez mais preparado e com ótima infraestrutura para o turismo de aventura – especialmente para o viajante self-drive.
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Logo após a passagem da fronteira e do Orange River, as tradicionais boas vindas. As unidades federativas na Namíbia são chamadas de regiões.
A região de Karas é a maior, mais ao sul e a menor densidade populacional da Namíbia, que é a segunda menor densidade do planeta (atrás da Mongólia).
A Namíbia conta com uma ótima estrada asfaltada principal no eixo norte-sul e algumas que a cortam no sentido leste-oeste. Mas o charme da Namíbia está no interior e a conexão são as estradas de terra.
A região do Fish River Canyon é a primeira parada: /Ai-/Ais Hot Springs pertence ao Namibia Wildlife Resorts, entidade do governo que gerencia os 22 parques nacionais do país e protege 18% do seu território.
O resort fica em um vale rodeado por montanhas e possui fontes naturais de águas sulfurosas, ideal para relaxar após um trekking no canyon. A partir do resort, também é possível escalar as montanhas Great Karas, logo atrás do Fish River. O visual do cume é sensacional.
A maioria dos parques possui estrutura de hospedagem, desde camping e bangalôs funcionais até opções de luxo. Já havia utilizado bastante a estrutura do NWR em viagens anteriores e ficamos honrados com o passe livre da entidade, válido para todos os parques da Namíbia durante a travessia.
O acampamento Hobas fica mais próximo ao mirante cênico do Fish River Canyon, segundo maior canyon do mundo.
Hobas é o ponto de partida do Fish River Canyon Hiking Trail, uma aventura ímpar com duração de 5 noites e 90 km, bem no coração do canyon.
As estradas de terra que vão do canyon às dunas de Sossusvlei são excelentes, mas a partir de 80 km/h, a superfície se assemelha a uma estrada de neve. Todo o cuidado é pouco. Paciência e tempo são itens de segurança indispensáveis. Mas a regra principal é: jamais dirija à noite.
No dia em que completei 43 anos assisti ao nascer do Sol do topo das dunas de Sossusvlei, repetindo a experiência de outras visitas.
As dunas de Sossusvlei são a atração icônica da Namíbia. Ficam dentro do Namib-Naukluft Park (porção do Skeleton Coast National Park) e são parte de um ecossistema desértico, porém rico em biodiversidade. Há diversos oryx, springboks e avestruzes na região das dunas em Deadvlei.
As dunas apresentam coloração diversa ao longo do dia, mas os horários mais disputados são o nascer e o pôr do Sol.
Na sequência do trajeto, uma breve parada para abastecer na inóspita Solitaire…
…até atingir a faixa litorânea do Atlântico a partir de Walvis Bay, morada de flamingos e pelicanos.
De Walvis Bay para Swakopmund e Henties Bay: este litoral selvagem, sempre envolto em uma névoa gelada, marcou a despedida do Atlântico e da costa oeste da África.
Entre o Atlântico e o Etosha National Park, uma parada no Damaraland Camp, a convite da Wilderness Safaris. O Etosha, um dos principais parques de safári do continente, possui opções de hospedagem para todos os bolsos.
Do Etosha para a o norte da Namíbia, a faixa de terra espremida entre Angola e Bostwana conhecida como Faixa do Caprivi. Mais uma parada a convite do NWR no Popa Falls Resort.
Ao final do Caprivi (ou Kavango, como a denominação oficial atual), chegamos à região do Zambezi, onde o famoso rio marca a fronteira da Namíbia para a Zâmbia. De Katima Mulilo nos despedimos da Namíbia, com um entardecer mágico e o visual do Zambezi e da cidade de Sesheke, do outro lado do rio, já território da Zâmbia.
Agradecemos nesta etapa a South African Airways, Tracks4Africa, Namibia Tourism (Cristina Cicognani), Namibia Wildlife Resorts (Madeleine Cronje) e Wilderness Safaris (Tim Farrell, Caroline Palazzo e Marion Olverman).
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Gostou? Este post faz parte do projeto Agulhas – Alexandria, a travessia completa da África do Sul ao Egito, planejada e executada pela Atlantic Connection Travel. Conheça a história completa:
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